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Moradores de PAR criticam o valor do condomínio
Custo deve chegar a quase R$ 300,00 mensais no Solar do Sul, destinado a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil
Gonçalves Ledo, 26. O endereço é do condomínio Solar do Sul, erguido ainda pelo Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e entregue em 2003, onde há 160 apartamentos. Hoje parte do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, o local é destinado a famílias com rendimento bruto mensal de até R$ 1,6 mil. Entretanto, o valor cobrado pelo conjunto habitacional é superior a R$ 275,00 mensais e deve aumentar para R$ 300,00 no próximo ano. A quantia, que corresponde a 19% da renda dos condôminos, gera desconforto entre os moradores.
No total, o conjunto habitacional soma dez blocos com 16 apartamentos de tamanhos equivalentes. Residente do bloco cinco, o metalúrgico José Dutra, 56, alega que o valor pago por mês pelo apartamento no qual reside era de R$ 196,00 - enquanto que o cobrado pelo condomínio deve sofrer reajuste para o próximo ano e chegar a R$ 298,00. “É seguro, um lugar legal. Mas com esse valor dá vontade de ir embora, né? É como se eu fosse pagar por outro apartamento e nem garagem eu tenho aqui”, desabafa.
Há 13 anos, quando ele e a família mudaram-se para o Solar do Sul, o preço do condomínio era de R$ 60,00 mensais. “A gente entende que mudam os valores, mas esse lugar é pra famílias de baixa renda. Como arcar com isso?”, questiona sua esposa, a dona de casa Helma Dutra, 47. O casal divide o apartamento com o filho caçula, de 12 anos, que foi ensinado a ter hábitos econômicos. Os gastos com luz, por exemplo, não ultrapassam a média de R$ 80,00 por mês. Desembolsar quase R$ 300,00 em condomínio, portanto, pesa no bolso da família. “Até se a gente quiser vender ninguém vai querer comprar um apartamento com esse valor de condomínio”, opina o metalúrgico.
O que diz a administradora
O PAR é subsidiado pelo governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal, tal qual o Minha Casa, Minha Vida. Todavia, a responsabilidade pela manutenção do condomínio Solar do Sul é da empresa que o administra. A assessoria da administradora em questão afirma que os reajustes são anuais e aplicados conforme os aumentos de outros serviços, que compreendem a manutenção do conjunto habitacional.
Ainda de acordo com a assessoria, a verba do condomínio é revertida em serviços de limpeza, portaria, atualização de extintores, entre outros, referentes à preservação do local. A Caixa Econômica Federal foi procurada pelo Diário Popular, porém, até o fechamento desta edição não comentou o caso.
Saiba mais
Os primeiros empreendimentos do PAR em Pelotas foram entregues em 2003. São eles os residenciais Guerreiro, Solar do Sul e Marcílio Dias, que juntos beneficiaram mais de 470 famílias. Em 2008, graças à Lei 11.474/2007, os primeiros arrendatários do PAR receberam o contrato de compra que deu a eles a propriedade do imóvel antes arrendado. Pela redação da lei, os arrendatários que quitaram 120 meses ganharam o contrato de compra. Naquele ano, de acordo com informações da prefeitura, Pelotas era a segunda cidade brasileira que mais investia em habitações do PAR, atrás apenas de Teresina (PI).
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